Piscina Verde – Algas
São vegetais unicelulares e, como todo vegetal, necessitam de luz e nutrientes para viver. Possuem um pigmento de coloração verde chamado clorofila que, na presença de luz, transforma dióxido de carbono e água em carboidratos, eliminando oxigênio. É um dos organismos vivos mais encontrados no planeta.
Como chegam às piscinas?
- pelo vento
- pela chuva
- trazida por insetos
- pela água que as preenche etc.
As algas crescem melhor nas seguintes condições:
- na presença de água quente
- na presença de luz solar
- na presença de dióxido de carbono
- na ausência de sanitizante
- na presença de sais minerais, principalmente fosfatos
Em condições favoráveis, uma grande variedade de algas e de diferentes tipos se desenvolverá. Material orgânico parece não ter influência considerável e a maoria das algas se desenvolve melhor no verão do que no inverno, devido à maior incidência de luz solar e à maior temperatura da água em dias mais quentes.
Apesar de não serem nocivas à saúde humana, apresentam os seguintes inconvenientes com relação às piscinas:
- tornam a superfície das piscinas e os pisos adjacentes escorregadios
- turvam a água, dando-lhe um aspecto desagradável
- a prática da natação se torna perigosa, pois pode-se não enxergar o fundo da piscina
- ajudam na proliferação de micro organismos
- aumentam o consumo de produtos químicos
- imprimem odor e sabor à água
- aumentam a frequência de retro lavagem do filtro
- retardam a ação dos desinfetantes
- causam problemas de odor quando reagem com o cloro
Tipos principais
As empresas envolvidas no tratamento de água de piscinas, por motivos práticos, fazem uma classificação das algas de uma maneira diferente da comunidade científica. São elas:
Não aderentes – algas flutuantes de coloração verde que podem também se desenvolver nas paredes das piscinas. Neste caso, elas se comportam como aderentes. Em condições favoráveis, podem cobrir a superfície da piscina em questão de horas.
Aderentes – Como o próprio nome indica, elas aderem às paredes e ao piso da piscina. Ficam impedidas nelas mesmo dentro dos poros e fendas no concreto ou no rejunte e, portanto, são do tipo mais persistente. Existem dois tipos principais:
- algas de coloração mostarda, às vezes amarela ou marrom, que aparecem geralmente na parte sombreada da piscina e em áreas com pouca circulação de água
- algas de coloração preta, ou às vezes azul-esverdeada, que aderem firmemente à superfície da piscina
Fosfatos – o aparecimento de algas é favorecido pelos relativamente altos níveis de fosfato, que é uma fonte primária de nutrição. A remoção de fosfatos é um elemento-chave na eliminação de algas.
O nível máximo de fosfatos, para que não haja o aparecimento de algas é de 125 ppb (partes por bilhão). Elas começam a se desenvolver entre 200 e 500 ppb, e em valores próximos de 1000 ppb (1ppm) algas resistentes começam a aparecer. Existem vários kits de testes no mercado americano que medem o teor de fosfato em ppb.
Existem vários produtos que removem fosfatos, mas para concentrações altas deve-se drenar a piscina.
Fontes de fosfatos –
- dejetos de solos e plantas
- sabões e detergentes
- fertilizantes
- chuva
- alguns produtos químicos usados em piscinas
Algicida e algistático – a diferença entre eles é que o algicida mata as algas e o algistático inibe o crescimento das algas
Tipos de algicida – a melhor maneira de se evitar o surgimento de algas é manter o teor de sanitizante dentro dos padrões, impedindo sua proliferação, promover uma filtração adequada e realizar todos os procedimentos de manutenção da água da piscina. Somente em casos muito excepcionais, as algas se desenvolvem havendo a adequada concentração de sanitizante e a correta manutenção da piscina. Caso elas se desenvolvam, o uso de um algicida pode ser útil. Conheça os algicidas mais comuns:
Sulfato de cobre – algicidas à base de sulfato de cobre são efetivos contra todos os tipos de algas. Apresentam o inconveniente do cobre, que quando em concentrações superiores a 0,5 ppm pode ocasionar manchas na piscina. Quando a super cloração é feita para a eliminação de algas, deve-se jogar o sulfato de cobre depois de 24 horas, porque o cloro, reagindo com o sulfato de cobre presente no algicida na forma de sais de cobre. Alguns fabricantes podem fornecer este algicida na forma de quelatos, cuja utilização reduz o risco de manchas na piscina.
Tricloro – Além de sanitizantes, é um potente algicida, principalmente para algas de coloração preta que têm suas colônias em forma de mancha. Não deve ser usado em piscinas vinílicas ou de fibra de vidro, porque ataca o acabamento.
Quaternários – Possuem eficiência razoável para algas verdes no estágio inicial de desenvolvimento. São sais quartanários de amônio cujas concentrações são da ordem de 5 a 10%. São surfantes de baixo preço e podem produzir espuma na água. Agem mais como algistático e diminuem a tensão superficial da água adjacente à membrana externa da alga, facilitando a ação do cloro.
Poliquaternários – são polímeros de sais quartenários de amônio, comercializados nas concentrações entre 25 e 60%. Mais caros que os quaternários, são eficazes para todos os tipos de alga, principalmente para as do tipo verde e mostarda. Possuem cargas elétricas positivas, por isso são atraídos pelas algas, que possuem cargas elétricas negativas. Assim, matam as algas. Na dosagem deste algicída, deve-se levar em conta a perda que ocorre devido à atração das partículas carregas negativamente, não somente as algas, e que estão no interior da piscina.
Eliminação de algas verdes – é difícil dar uma orientação que elimine completamente as algas verdes de uma piscina, pois os procedimentos variam de acordo com o tipo de alga, a intensidade da proliferação, os lugares em que elas se encontram, o tempo de sua presença na piscina etc. Mas existe uma série de operações, que, se realizadas numa determinada ordem, podem facilitar a irradiação das algas. As operações são as seguintes:
- ajustar o pH (entre 7,2 e 7,6)
- fazer uma supercloração, de preferência à noite, quando não corre perda de cloro pelos raios ultravioleta e não há a presença de banhistas. A quantidade de cloro adicionada à piscina deve ser calculada a fim de se obter um teor de cloro livre entre 10 e 20 ppm.
- colocar o filtro em funcionamento (na posição filtrar). Se a bomba possuir “timer”, desligá-lo para que o filtro permaneça ligado pelo menos por 24 horas. Alguns especialistas preferem ligar o filtro permaneça ligado pelo menos por 24 horas. Alguns especialistas preferem ligar o filtro assim que o teor de cloro volta a 3ppm, para evitar que esse mesmo teor tenha um efeito adverso nos equipamentos. Neste caso, o tratamento das algas que se encontram no filtro e nas tubulações fica comprometido.
- se houver algas aderidas às paredes e ao fundo, além de proceder à filtração, devem-se esfregar vigorosamente as paredes e o fundo da piscina com escovões de cerdas de náilon (para piscinas de vinil ou de fibra de vidro), ou de cerdas de aço inoxidável (para piscinas de acabamento vitrificado)
- durante a filtração, observar o manômetro do filtro; se indicar aumento de pressão significa que as algas mortas estão sendo retidas pelo filtro. Retrolavar e filtrar novamente
- quando a quantidade de algas mortas no fundo da piscina for grande, a remoção deverá ser feita por aspiração, com o filtro na posição drenar
- se necessário, adicionar algicidas poliquaternários ou à base de sulfato de cobre, sendo que, com relação a este último, deve-se ter cuidado com a quantidade, para evitar manchas nas paredes ou a reação com o cloro da piscina, quando seu teor estiver alto.
Eliminação de algas mostarda – além do tratamento descrito para algas verdes, inclusive quanto à escovação, a água deve ser tratada com algicidas do tipo poliquaternários ou à base de sulfato de cobre, observando-se as instruções da embalagem do produto. Após o tratamento, as algas poderão continuar a se desenvolver nas paredes, sendo necessário repetir a operação, para que a remoção seja completa.
Eliminação de algas pretas – são as mais difíceis de serem removidas dos pisos e das paredes. Além de utilizar o procedimento anteriormente descrito para algas verdes, deve-se colocar, próximo às colônias de algas, um saco de pano contendo pastilhas ou tabletes de tri-cloro (no caso de piscinas azulejadas), ou sacos de pano embebidos em algicida de sais de cobre ou polímeros de sais quaternário de amônio (em todos os tipos de piscinas). Esta operação deverá ser repetida várias vezes. Quando a alga está no piso, podem-se introduzir o tricloro (para piscinas azulejadas)ou sulfato de cobre (para piscinas vinílicas ou de fibra de vidro), sobre a colônia de algas, utilizando-se um tubo de 60mm de diâmetro.
Se nenhum dos procedimentos anteriores eliminar as algas, deve-se, como último recurso, esvaziar e escovar toda a piscina, de preferência com uma solução ácida. Esta operação deve ser realizada por empresas especialistas.
Este artigo foi retirado do livro Piscinas Litro a Litro, de Nilson Maierá. O engenheiro químico formado pela Universidade Politécnica da Universidade de São Paulo – USP. Maierá está há pelo menos 30 anos no mercado de piscinas e é fundador da academia Raia 4 piscinas.
Site: http://www.anapp.org.br/boletim/algas/